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Foto do escritorEverton Silva

Como fica o turismo pós Coronavírus?



Estamos vivendo tempos difíceis jamais vividos na história da humanidade atual. Uma onda avassaladora nos pegou de surpresa e tomou conta de um mundo onde a humanidade até então tinha certeza que controlava. Dentre os setores afetados, claramente o do turismo e tudo que se relaciona a ele, está no topo da lista. E como vai ficar esse setor após o coronavírus?


Viagens canceladas, pedidos de reembolso, falta de procura estão entre os fatores que deixam o setor do turismo cada vez mais debilitado desde o anúncio de pandemia pela OMS. E acima de tudo as incertezas, que fazem com que as pessoas (especialmente no cenário atual também de economia no Brasil) nem planejem novas viagens pois não sabem se será possível ir ou não, seja por coronavírus ou por simples falta de dinheiro.


Para tentar fomentar esse mercado que está sofrendo o que de longe é o blackout mais cruel da sua história, algumas empresas vêm oferecendo pacotes de viagens com preços que para quem entende minimamente do assunto, já pode julgar como absurdos. Minha opinião pessoal sobre esses pacotes é mais um desejo do que qualquer coisa: o desejo de que as pessoas que estão ajudando essas agências e operadoras a sobreviver nesse momento e comprando esses pacotes, não sejam decepcionadas em massa quando chegar o dia da viagem e a conta não bater, tendo que se conformar com pelo menos um reembolso. Digo isso porque como viajante eu sei que muitos compartilham do mesmo pensamento: não quero meu dinheiro de volta, eu paguei foi pra viajar!

Sim, isso significa em resumo que (especialmente com a disparada do dólar) eu não vejo possibilidade dessas viagens serem honradas. Pelo menos não pra todas as pessoas que compraram. Talvez um ou outro receba um bilhete premiado e consiga ir caso tenha comprado com uma que lá na frente não tenha quebrado ainda, só pra que eles tenham alguém pra usar como exemplo de que cumpriram em partes o que prometeram. Mas casos como 7 dias em Orlando com hospedagem e aéreo por R$999,00 já com taxas, basta olhar pra trás onde a situação estava longe de ser o caos que estamos vivendo, e perceber que isso não pagava nem o aéreo.


Trabalho no setor do turismo em uma grande operadora que está sofrendo bastante com os impactos da COVID-19, mas mesmo assim segue firme e com integridade. E o que mais escuto das pessoas que têm lá seus vários anos de turismo, é que nunca viram nada igual desde o 11 de setembro nesse setor.


O que devemos esperar e praticar no turismo daqui pra frente são as viagens mais conscientes em termos de economia e evitar aglomerações e consequentemente super lotações em pontos turísticos, que era um fator que já vinha incomodando muito tanto viajantes quanto os locais. Isso vai ser o primeiro passo.

Com o dólar alto batendo recordes diários do jeito que está, as viagens internacionais para a maioria das pessoas, vão sofrer grandes alterações de planos, isso pensando no melhor cenário que é o das pessoas que se planejam, e que sabem viajar gastando o mínimo possível. Porque a maioria infelizmente não vai nem cogitar ir pra fora por um bom tempo.


E isso pode ser uma grande oportunidade para o setor interno do turismo, já que deixar de viajar, pessoas como eu e você que chegaram até aqui nesse artigo, não vamos mesmo!

Vai ser uma excelente oportunidade para o brasileiro conhecer mais do Brasil, viajar mais dentro do território nacional e consequentemente contribuir para que os impactos do coronavírus sejam aos poucos sanados e quem sabe nossa economia se reestruture a partir daí, e as viagens internacionais voltem a fazer parte do cardápio frequente desse tipo de consumidor.


A previsão de queda por enquanto, é de pessoas que faziam de 3 a mais viagens internacionais por ano, passem a fazer apenas uma, para lugares que o impacto do dólar não afete tanto, ou por períodos menores. E as demais viagens dessa conta, façam para destinos brasileiros. Isso pensando no melhor cenário possível, pois na minha cabeça de viajante, quem tem prazer em viajar não abre mão mesmo... então vamos improvisar!


A tendência quando as portas se abrirem pro turismo novamente, é vermos as viagens de negócios retomando na frente, seguidas das de lazer.


Não vai ser impossível nem um luxo de pouquíssimos viajar pra fora. O que vamos ter que fazer daqui em diante é simplesmente dobrar o cuidado no momento de planejar, estudar os destinos e os custos que podemos ter neles, e principalmente comprar com uma antecedência maior do que antes.

Principalmente a moeda estrangeira pra poder usar na viagem.

Quando começar a comprar os itens da viagem, meu conselho é que você separe (por menos que seja) sempre um dinheiro no seu orçamento e vá comprando a moeda de onde vai por dia.

Por enquanto não existe mais essa de esperar o dólar abaixar, como estávamos acostumados. Por um bom tempo daqui pra frente vai ser: está com dinheiro na mão, e com viagem pra frente? TROCA!

E se você não tem nenhuma viagem em mente, mas mesmo assim pensa em fazer, vai enchendo teu cofrinho também, porque isso pode garantir que você não tenha que adiar mais e mais o seu sonho de viajar.


Por enquanto não temos outra alternativa a não ser esperar e torcer pra tudo se resolver em menos tempo!

Meu conselho como viajante profissional, é que você que quer aproveitar as baixas dos preços nesse momento, compre com agências de viagem que tenham uma estrutura sólida, e estejam amparadas por uma operadora forte (não é difícil pesquisar sobre isso, e eu posso ajudar caso tenham dúvidas, nos comentários), e referente às companhias aéreas, principalmente as internacionais, opte pelas estatais e fuja das low cost por enquanto! Isso vai ajudar bastante você não ter dores de cabeça e finalmente realizar o seu sonho.


O turismo pra mim é um dos setores mais mágicos e prazerosos pra se trabalhar justamente pelo motivo que existe única e exclusivamente pra realizar os sonhos das pessoas, e sempre vai ser assim, independente de crise!

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